143. O livro didático como instrumento de inclusão social durante a pandemia da Covid-19: limites e possibilidades

Resumo

     A pandemia da Covid-19 modificou significativamente os modos de vida e de comunicação em um contexto mundial e impactou diretamente todos os setores da sociedade, incluindo o educacional. Da noite para o dia, diferentes instituições educacionais brasileiras – da Educação Infantil ao Ensino Superior – foram obrigadas a fechar suas portas e adequar-se a uma nova realidade que se apresentava: o ensino remoto. Contudo, como adequar uma rotina já consolidada a um contexto educacional completamente diferente, associando recursos digitais aos materiais didáticos já disponíveis nas escolas e universidades? Várias instituições buscaram implementar ferramentas tecnológicas que possibilitassem trabalhar os conteúdos remotamente ou a distância com os estudantes, porém, na prática, esta estratégia não contemplava a totalidade do público-alvo a que se destinava e excluía grande parte dos estudantes sem acesso à tecnologia, obrigando as instituições a repensar e a buscar outras possibilidades que pudessem contemplar os alunos sem acesso à internet e os assegurasse o direito universal à educação. Mais uma vez o livro didático assumiu um papel primordial diante do caos educacional que se instaurou, representando uma ferramenta pedagógica fundamental utilizada pelos docentes como uma forma de acesso ao conhecimento e a um suporte textual importante para o desenvolvimento de atividades não presenciais durante a pandemia. Diante do exposto, neste trabalho, busca-se uma reflexão acerca da importância do livro didático como suporte textual e também como ferramenta de inclusão social durante a pandemia, ratificando sua relevância enquanto instrumento que representa uma das políticas públicas mais antigas do país e que se encontra ameaçada.