04. Formação lexical em omágua contemporâneo

Autores

  • RAMOS, Ricardo Tupiniquim (UNEB)

Resumo

     Entre os primeiros povos amazônicos contatados pelos colonizadores no século XVI, figuram os omáguas ou kambebas. Atualmente, habitam espaços no Peru, Colômbia e no Brasil, principalmente, mas não apenas, na região Norte. Embora, até o início da era colonial, tenham sido uma pujante e numerosa nação, habitando grandes cidades e dominando amplas áreas da várzea amazônica, sobretudo devido ao início dos contatos com os europeus e as consequentes, guerras epidemias, escravização, migrações e dispersões, esse povo passou por processos de depopulação e aculturamento, do qual resultaram, sobretudo no Brasil, a obsolescência de sua língua, atualmente falada como L1 por pouquíssimos indivíduos já bastante idosos, do que lhe decorre uma dramática circunstância de quase extinção. A consulta às poucas fontes dicionarísticas disponíveis (OHAGAN, 2011; TUISIMA, 2011; BONIN, KAMBEBA, 1999) e a checagem de dados em trabalhos acadêmicos outros (FAUST, 1959, 2008; MICHAEL, O’HAGAN, 2016 e SANTOS, 2015) e com os falantes remanescentes brasileiros permitiram a abstração dos processos de formação lexical no omágua contemporâneo (composição e derivação), isolar seus doze sufixos derivacionais produtivos, seus sentidos e funções bem como atender a uma solicitação de educadores e literatos da etnia no sentido de formar decalques capazes de expressar conceitos e artefatos da sociedade ocidental hegemônica, mas presentes no cotidiano dessa população, formas essas apresentadas aos poucos usuários nativos que, reconhecendo-as bem formadas, as aprovaram.

Palavras-chave:

Língua omágua. Sufixos derivacionais. Processos de formação lexical.

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Publicado

05-05-2021

Edição

Seção

Artigos