04. As interjeições latinas: um legado latino e semântico

Autores

  • RIBEIRO, Marcio Luiz Moitinha (FFP-UERJ e UERJ)
  • GODOI, Marcos Antonio Abrantes de Barros (UERJ)

Resumo

      O presente trabalho tem como objetivo apresentar, não só as interjeições latinas, baseando-se, sobretudo, na Gramática Latina, de Pierre Grimal (1986), mas também sinalizar e cotejar os seus valores semânticos e sintáticos, diferenciando-se, em alguns aspectos, das interjeições portuguesas. Nossa análise será pautada pela fundamentação teórico-metodológica da linguística comparada (BASSETO, 2001; WILLIANS, 1961), e pelo estudo de algumas gramáticas latinas (GRIMAL, 1986; BORREGANA, 2006; RAGON, 1961), que observam fenômenos etimológicos, morfológicos, sintáticos e semânticos das interjeições latinas. Definiremos as interjeições latinas, a partir das Gramáticas Latinas, de Grimal (1986) e de Borregana (2006) e focalizaremos as interjeições latinas, que serão exploradas sob três aspectos: 1º) etimológicos, neles, atestaremos que algumas interjeições eram nomes, em seu sentido primitivo, e passaram a desempenhar a função gramatical de interjeição; 2º) linguístico-semânticos: neste ponto, apresentaremos as interjeições e seus valores semânticos: O (podendo expressar vários sentidos como admiração, surpresa, susto, alegria ou lamentação), ecce, en, age, macte, eia (heia) (indicando encorajamento), hei (ei), heu, eheu, uae (exprimindo dor, aflição), io (alegria, emoção transmitida), heus, eho (cumprimento, saudação), proh ou pro (com valor de indignação ou espanto); 3º) e sintáticos: algumas interjeições podem vir acompanhadas de acusativo de exclamação, como o e ecce; outras, de dativo, sobretudo de interesse, como uae, bem diferente do vernáculo, que não possui mais casos. Trata-se de um tema muito pouco explorado por latinistas e filólogos de modo que o artigo se configura como trabalho original.

Palavras-chave:

Interjeição. sintaxe. Semântica.

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Publicado

05-12-2022

Edição

Seção

Artigos