217. Produção textual: gênese e processos de criação
Resumo
Para a educação dos dias de hoje, em que uma intensa discussão toma corpo no sentido de buscar o desenvolvimento de habilidades e competências, as capacidades de ler e expressar-se (por escrito, principalmente) figuram com destaque na lista de prioridades. Toda produção textual, seja ela literária ou acadêmica, exige aplicação, pesquisa, disciplina, atenção e investimento de tempo. Tais exigências comprovam estar o ato de escrever sujeito não só ao trabalho da imaginação, mas ser o resultado de lenta e minuciosa pesquisa, fazendo cair por terra o mito de que escrever é uma dádiva dos deuses, benesse reservada a pessoas especiais. Assim sendo, vamos nos convencendo de que uma obra não nasce pronta. Ela é muito mais produto de transpiração (no sentido de dedicação intensa) do que de inspiração. A partir da Crítica Genética, que toma como objeto de análise os documentos utilizados pelos escritores para a concretização da obra, torna-se possível penetrar no universo criativo de um autor para assistir ao devir do texto, revelar as fases da escritura e desvendar o sistema responsável pela geração da obra.