55. Sistema de confinamento e os efeitos de sentido sobre a língua guarani/kaiowá

Autores

  • FIGUEIREDO, Alexandra Aparecida de Araújo (UFGD)
  • SGARBI, Nara Maria Fiel de Quevedo (UNIGRAN)

Resumo

     Este trabalho tem como objetivo refletir sobre as condições de produção, as quais influenciam o discurso do sujeito indígena, e como tal exterioridade implica em sua posição enquanto sujeito na ordem do discurso. Por conseguinte, compreender como um discurso outro discursiviza sua língua e suas crenças. Nesse sentido, intentamos entender como o dito antes em algum lugar, ou seja, os já lá, sustentam os discursos e os efeitos de sentido que eles produzem em outras condições de produção. Temos como base teórica a Análise do Discurso de linha francesa, mais especificamente nos textos de Pêcheux (1990; 2002), Orlandi (1990; 2001; 2007), Mariani (2004) e Foucault (2010; 2014) para compreender as relações de poder, a memória, os silenciamentos decorrentes do processo de colonização e as formações discursiva materializadas nos discursos dos indígenas guarani/kaiowá. A materialidade em análise é constituída por entrevistas com indígenas das aldeias do município de Dourados-MS e fazem parte dos arquivos do Projeto Saberes Indígenas na Escola, desenvolvido pela Faculdade Intercultural Indígena da Universidade Federal da Grande Dourados. Entendemos que o imaginário constituído por meio do olhar etnocêntrico de Caminha ao descrever o Novo Mundo e seus habitantes e todo o processo de colonização linguística, continuam definindo os lugares sociais e determinam os sentidos que podem e devem circular na ordem do discurso. Assim, o sujeito, reproduz o discurso do colonizador na ilusão de ser origem de seu discurso, ao negar sua própria língua/cultura e, principalmente, nega-se como sujeito.

Palavras-chave:

Colonização linguística. Discurso indígena. Análise de Discurso.

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Publicado

20-06-2020

Edição

Seção

Artigos