21. Educação sexual e mudanças sociais na página Quebrando o tabu e na série Sex education

Resumo

     A Educação Sexual, em linhas gerais, pode ser conceituada como uma orientação acerca da atividade sexual e tudo que está imbricado nela, como, por exemplo, sexualidade, métodos contraceptivos, Infecções Sexualmente Transmissíveis, masturbação e orgasmo. Partindo dessa premissa, é válido frisar que essa temática sempre foi alvo de polêmicas, controvérsias e imbuída de tabus, permitindo a afirmação de que esta não acompanhou as mudanças sociais, defendidas por Fairclough (2008). Nesse contexto, esta palestra tem como objetivo analisar como as postagens na página do instagram Quebrando o tabu e a série da Netflix Sex Education discutem questões relativas à Educação Sexual, com foco no aborto, nas relações homoafetivas e no assédio sexual. Paralelo a isso, objetiva contribuir para os estudos críticos do discurso, assim como para os estudos do gênero (gender). Teoricamente, ancoro-me nos postulados de Fairclough (2008), Wodak (2004), Dijk (2008), bem como pesquisadores nacionais que tenham como foco de pesquisa o discurso. Ademais, recorro ao arcabouço teórico de Del Priore (2013), Butler (2010) e Meira (2012; 2016; 2019) para discutir questões relativas ao feminismo. O corpus compõe-se de três postagens da página Quebrando o tabu e de três discursos da série Sex Education, cuja escolha dar-se-á a partir dos recortes temáticos supracitados. Os resultados indicam que, na Modernidade Recente, a polêmica em torno da Educação Sexual tem se intensificado, haja vista circular o discurso de ser papel apenas da família a orientação de adolescentes e jovens. Todavia, por alguns anos, essa discussão também foi contemplada nas escolas − públicas e privadas − em todo o Brasil. Deixo, então, como problemática para esta palestra: A quem compete a Educação Sexual dos adolescentes e jovens do nosso país?