06. Coerência textual e o trabalho com a leitura em sala de aula

Autores

  • OLIVEIRA JR, Osvaldo Barreto (IFBAIANO)

Resumo

     Neste artigo, argumentamos que uma nova concepção de coerência – entendida como um princípio de interpretação do discurso (CHARROLES, 1983), ou, noutros termos, uma atividade interpretativa realizada pelo leitor (MARCUSCHI, 2008) – pode transformar o trabalho com a leitura em sala de aula, fomentando o desenvolvimento de aulas em que os estudantes assumam o protagonismo no processo de construção de sentidos a partir da leitura de textos de variados gêneros. Isso porque, ao conceber a coerência textual como uma atividade realizada pelo leitor, o professor poderá valorizar a participação do aluno no processamento textual, considerando o texto como processo (GERALDI, 2010); ou seja, o texto visto como elaboração de linguagem que se realiza durante a interação verbal, com sentidos que são negociados entre autor e leitor, e não previamente definidos, como se costuma pensar. Para sustentar esse posicionamento, apresentamos uma discussão sobre a noção de coerência textual, demonstrando como esse conceito deixou de representar uma qualidade intrínseca do texto, para fazer referência à atividade de coconstrução de sentidos realizada pelo leitor. Além disso, demonstramos os fundamentos da concepção de coerência formulada por Michel Charroles (1983) e suas implicações no desenvolvimento do trabalho com a leitura em sala de aula, com o objetivo estimular a formulação de novas metodologiasaplicadas ao ensino da leitura em sala de aula.

Palavras-chave:

Linguística textual. Formação do leitor. Ensino de Língua Portuguesa.

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Publicado

05-05-2020

Edição

Seção

Artigos