05. Intertextualidade e dialogismo na militância feminista marxista: uma análise (hiper)textual de um post de facebook

Resumo

     Consoante Bakhtin (2016), a finalidade da língua é a interação, que ocorre por meio de gêneros do discurso, isto é, por “tipos relativamente estáveis de enunciados”, os quais fazem parte de determinado campo da atividade humana. Baseado nos postulados bakhtinianos, Marcuschi (2008) assegura que, a partir do século XXI, a tecnologia vem ocasionando a emergência de novos gêneros. Nesse sentido, o lócus da presente pesquisa é o post do Facebook, gênero discursivo digital que (hiper)textualiza discursos acondicionando distintos aportes sígnicos a sua superfície textual por meio da multimodalidade. Isso posto, objetiva-se, neste artigo, perscrutar elementos intertextuais e nuances dialógicas em um post de temática feminista marxista, haja vista que, conforme hooks (2020), ainda há um grande problema de sexismo institucionalizado a se resolver, além de questões de raça e classe que também precisam de destaque na militância. O aporte teórico-metodológico que embasou este trabalho se assenta nos postulados de Bakhtin (2015, 2016), Volóchinov (2018), Kristeva (1967) e Koch, Bentes e Cavalcanti (2012). No post analisado, foi possível verificar como se dão alguns processos de intertextualidade nesse gênero discursivo digital, bem como seus tipos e, ainda, a posição sócio-histórica-ideológica (feminista marxista ou não) dos agentes envolvidos tanto na publicação quanto na interação com o post.