49. A variação linguística no contexto escolar

Resumo

     O presente trabalho se insere na área dos estudos linguísticos, especificamente na Sociolinguística. Ele teve como objetivo verificar como se dá a interferência da oralidade na escrita e qual a percepção linguística do professor no contexto escolar. A pesquisa foi realizada em uma escola de Zona Rural, no município de Imperatriz-MA, tendo como público-alvo alunos dos anos finais do Ensino Fundamental e professores das turmas-alvo, com foco nas aulas de Língua Portuguesa. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, de cunho etnográfico. Neste estudo, foram feitas observações, entrevista semiestruturada com a professora de Língua Portuguesa, registro de informações e análise documental de textos dos alunos. No aporte teórico encontra-se, principalmente, Bortoni-Ricardo (2004), Martins et al. (2014) e Marcuschi (2001). Para o estudo, partiu-se do princípio de que são poucas as pesquisas realizadas em escolas de zona rural e que a maioria dos alunos inseridos nesse tipo de contexto são usuários de uma variedade linguística, que comumente é estigmatizada. Os resultados mostram que os alunos mesmo em fase final do Ensino Fundamental, ainda, apresentam dificuldades no domínio da escrita; com o uso da língua padrão. A produção escrita deles contém marcas de oralidade. Percebeu-se que os professores buscam solucionar ou minimizar as dificuldades dos alunos, mas sem muitos avanços. O ideal seria fazer acompanhamento individual dos alunos, mas não é possível. Este estudo é relevante para a área educacional, por poder fortalecer a prática pedagógica do professor, ao tratar de questões linguísticas existentes na escola, com peculiaridades do meio rural. Essa prática pode ser relacionada, principalmente à produção textual, bem como contribuir para o combate ao preconceito linguístico.