11. A educação intercultural bilíngue e o paradigma escolar: perspectivas e desafios das comunidades indígenas brasileiras
Resumo
Uma educação indígena bilíngue e intercultural, que desenvolva a competência linguística em duas línguas de forma equitária em comunidades linguísticas minoritárias, deveria ser pautada na língua, na cultura e no meio ambiente dos aprendizes, promovendo não somente a aquisição da língua majoritária (língua portuguesa), mas também o respeito e a expressão subjetiva na língua materna. No entanto, há uma defasagem generalizada, em relação à definição de políticas linguísticas que sustentem a formação de professores e a organização curricular, evidenciada pela ausência de conteúdos, atividades e práticas educacionais que promovam o reconhecimento da cultura e da língua de alunos indígenas, o que faz prevalecer um ensino limitado à aquisição da língua portuguesa de forma dominante e responsável por diversos prejuízos no desenvolvimento da língua materna desses alunos. Assim, o presente artigo propõe uma reflexão crítica sobre a construção de uma educação intercultural indígena que atenda à proposta do bilinguismo e que esteja alinhada aos anseios, interesses, opiniões e necessidades das comunidades indígenas brasileiras.