30. A representação discursivo-cultural do território em programas eleitorais da frente contra a criação do estado de Carajás no plebiscito de divisão do estado do Pará

Autores

  • BORGES JÚNIOR, Carlos (UFT)

Resumo

     Este trabalho investiga como programas eleitorais do plebiscito de divisão do estado do Pará se valeram de aspectos discursivo-culturais para construírem significados/referências sobre o território em disputa. Nesse sentido, será analisado o primeiro programa da Frente Contra a Criação do Estado de Carajás (Programa Não e Não Carajás), com o objetivo de identificar como se deu o processo de construção discursiva, que se vale de elementos culturais da identidade paraense, para relacioná-los ao território, constituindo o discurso da não divisão. O corpus de análise é formado pela transcrição do programa eleitoral, com base em Silva Júnior (2017).  As incursões de Norman Fairclough (2008) e Chouliaraki e Fairclough (1999), da Análise Crítica do Discurso e de Bonini (2013) e Meurer (2005), da Análise Crítica de Gêneros do Discurso, ancoram as discussões; além dos apontamentos sobre identidade cultural de Silva (2014). Tais autores propõem um olhar crítico voltado às instituições e suas práticas de linguagem, alertando quanto à construção de discursos que reforçam desigualdades e assimetrias na vida social, sobretudo quando articulados à projeção midiática, além de destacarem a relação entre linguagem e formação de significados identificacionais. Os resultados apontam que mídia e política, ao produzirem os discursos contrários à divisão do estado do Pará, valeram-se de elementos culturais para reforçar práticas discursivas dominantes, que inviabilizaram a divisão territorial do estado do Pará; aspecto esse que manteve inalterada a relação de poder em favor do discurso das classes hegemônicas, reforçando princípios dominantes quanto à representação do território.

Palavras-chave:

Discurso. Território. Identidade Cultural.

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Publicado

29-12-2021

Edição

Seção

Artigos