58. Carolinas e Círculos de Cultura Freireanos: narrativas de alunos da EJA no Rio de Janeiro

Autores

  • COSTA, Débora Amaral da (SME-RJ e UFF)
  • CARVALHO JÚNIOR, Renato Alves de (SME-RJ e UERJ)

Resumo

     Este trabalho objetiva compartilhar a potencialidade das narrativas orais, no contexto da Educação de Jovens e Adultos, como oportunidade de reconstrução de identidades. A partir da leitura da obra “Quarto de despejo”, de Carolina Maria de Jesus, o projeto “Carolinas” reúne alunos do PEJA em uma roda de conversas, em torno de diferentes temáticas abordadas no livro, em uma atividade inspirada nos círculos de cultura de Paulo Freire. Assim, estimulamos os alunos a produzirem narrativas orais (SARMENTO, 2018), nas quais compartilham experiências semelhantes àquelas relatadas pela autora. Carvalho Júnior (2020) ressalta a importância dos Estudos com Cotidianos e da formação de professores para o aprimoramento de metodologias de investigação antirracistas, enquanto Costa (2018) assume que as narrativas orais são uma ferramenta de reconstrução de identidades, na medida em que o sujeito revisita a própria história, atribuindo-lhe novos significados. Nesse sentido, a presente reflexão fundamenta-se em uma base teórica interdisciplinar, ou mesmo indisciplinar (MOITA LOPES, 2006), com metodologia de cunho etnográfico e análise qualitativa. Propomos uma valorização das práticas de oralidade no ensino de língua portuguesa, na EJA, por meio da integração entre a literatura e a produção de pequenas narrativas autobiográficas. Os resultados parciais apontam para novas possibilidades de ressignificação identitária e de empoderamento dos estudantes, sobretudo nas questões étnicas e raciais, além da manutenção de vínculos com a escola, diminuindo a evasão e aumentando a frequência escolar.

Palavras-chave:

Identidade. Oralidade. Educação étnico-racial.

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Publicado

29-12-2021

Edição

Seção

Artigos