Revista Philologus

Editorial

Editor-Chefe da RPh — Fri, 08 Dec 2023 00:00:00 -0300

O CiFEFiL tem o prazer de apresentar-lhe este número 87, da Revista Philologus, do terceiro quadrimestre de 2023, em sua versão eletrônica. Em cento e sessenta páginas, com nove artigos e uma resenha, este número, que corresponde aos meses de setembro e dezembro, teve colaborações dos seguintes autores, por ordem alfabética: Ana Carolina Barreto Pinto Caldas (p. 90-9), Andre Benatti (p. 10-20), Ariel Montes Lima (p. 100-9), Carine Silva Souza (p. 55-70), Carla Salati Almeida Ghirello-Pires (p. 130-43), Cleide Emília Faye Pedrosa (p. 21-42) Danilo Caldeira (p. 43-54), Dennis Castanheira (p. 43-54), Dorcas Pinto Paiva (p. 10-20), José Mario Botelho (p. 110-29 e p. 144-54), Júlio Cesar Alves Ribeiro (p. 110-29), Juvanete Ferreira Alves Brito (p. 55-70), Luiz Henrique Queriquelli (p. 73-89) e Nayra Marinho Silva Paz (p. 130-43).

Lembramos que a nossa Revista Philologus aguarda o Parecer da Capes, em resposta aos Recursos impetrados, referentes a Qualis recebido na última Avaliação (Extrato C), que consideramos despropositado, o qual esperamos ser reconsiderado no próximo relatório dos Periódicos Qualis, já que na previsão de 2019 o Extrato A3 nos foi atribuído. Como um dos que entraram com o referido Recurso já foi notificado que o recurso foi admitido e foi encaminhado para uma análise de mérito, acreditamos num parecer favorável à nossa causa. Por isso, ampliamos o número de Conselheiros, convidando Especialistas estrangeiros para a análise e a avaliação de artigos e resenhas que poderão ser escritos também em inglês, espanhol, francês e italiano. Contudo, continuamos com a política de oportunizar aos estudantes e pesquisadores em geral o espaço para publicarem seus trabalhos, sendo que, no caso de alunos de graduação, só podem ser aceitos os artigos assinados conjuntamente pelos respectivos orientadores.

Rio de Janeiro, 8 de dezembro de 2023.

Editor-Chefe da Revista Philologus

Texto Completo

Editor-Chefe da RPh — Fri, 08 Dec 2023 00:00:00 -0300

O CiFEFiL tem o prazer de apresentar-lhe este número 87, da Revista Philologus, do terceiro quadrimestre de 2023, em sua versão eletrônica. Em cento e sessenta páginas, com nove artigos e duas resenha, este número, que corresponde aos meses de setembro e dezembro, teve colaborações dos seguintes autores, por ordem alfabética: Ana Carolina Barreto Pinto Caldas (p. 90-9), Andre Benatti (p. 10-20), Ariel Montes Lima (p. 100-9), Carine Silva Souza (p. 55-70), Carla Salati Almeida Ghirello-Pires (p. 130-43), Cleide Emília Faye Pedrosa (p. 21-42) Danilo Caldeira (p. 43-54), Dennis Castanheira (p. 43-54), Dorcas Pinto Paiva (p. 10-20), José Mario Botelho (p. 110-29 e p. 144-54), Júlio Cesar Alves Ribeiro (p. 110-29), Juvanete Ferreira Alves Brito (p. 55-70), Luiz Henrique Queriquelli (p. 73-89), Maria Lueuda Alves (p. 155-60) e Nayra Marinho Silva Paz (p. 130-43).

Rio de Janeiro, 8 de dezembro de 2023.

Editor-Chefe da Revista Philologus

01. A dura realidade da mulher moradora de comunidades, por meio do olhar de Conceição Evaristo

PINTO PAIVA, Docas — Fri, 08 Dec 2023 00:00:00 -0300

Este artigo objetiva apresentar reflexões a partir do conto “Quantos filhos Natalina teve”, de “Olhos d’água” (2016), de Conceição Evaristo. Ela expressa e representa, por meio dos seus textos, indivíduos marginalizados, na grande maioria mulheres e crianças, contribuindo assim para que conteúdos como estes se insiram na literatura brasileira contemporânea, o engajamento da sociedade na luta pela igualdade de direitos para as mulheres, principalmente a negra feminina.

02. Análise crítica do discurso do sul do Sul: das hipóteses da socioanálise às hipóteses de uma análise linguístico-sociodiscursiva de narrativas de vida de grupos minoritarizados

PEDROSA, Cleide Emília Faye — Fri, 08 Dec 2023 00:00:00 -0300

Através deste artigo, atualizaremos a proposta da “narrativa do eu”, exposta pelo sociólogo Bajoit (2012) sobre a temática da Socioanálise e suas hipóteses analíticas. Assim, seu objetivo é recontextualizar, para aplicação na Abordagem Sociológica e Comunicacional do Discurso, a orientação analítica das hipóteses da Socioanálise. Essa teorização é direcionada para estudar a relação de socialização do sujeito na gestão da (re)constituição de sua identidade individual. Em consonância com o sociólogo referido, a Socioanálise procura re/desvelar como se constrói, na vida do sujeito, a prática das relações sociais, logo como esses sujeitos se constituem como atores sociais. Esse caminho nos ajuda a apreender diferentes sujeitos vivenciando relações sociais similares e a forma como se constituem atores sociais diferentes, isto é, como constroem para si identidades tão diferenciadas ao gerirem mudanças sociais e culturais em suas vidas.

03. Análise da obra “A verdadeira história dos três porquinhos”

CASTANHEIRA, Dennis. CALDEIRA, Danilo — Fri, 08 Dec 2023 00:00:00 -0300

Este artigo tem como objetivo analisar a obra “A verdadeira história dos três porquinhos”, que conta a clássica história em primeira pessoa na perspectiva do Lobo Mau, renomeado como Alex T. Lobo. O livro foi publicado em 1989 por Jon Scieszka e ilustrado por Lane Smith. Já sua tradução para o português foi feita por Pedro Maia e publicada pela Companhia das Letrinhas. Na obra, Alex T. Lobo narra a sua versão dos fatos, que se diferencia bastante das versões conhecidas pela maior parte dos potenciais leitores. Para que essa análise fosse feita, recorremos, metodologicamente, a uma abordagem qualitativa empírica e, como embasamento teórico, aos estudos de Literatura Infantil e Juvenil, sobretudo Lajolo e Zilberman (1985) e Zilberman (2014). Na análise, consideramos a construção da história ligada aos elementos linguísticos e às ilustrações e constatamos que a narrativa é tecida pela reconstrução dos sentidos e pelo entrelaçamento entre o verbal e o não verbal.

04. Considerações sobre o multiletramento e os novos desafios na formação do professor

BRITO, Juvanete Ferreira Alves — Fri, 08 Dec 2023 00:00:00 -0300

Os letramentos, vistos como práticas sociais de uso da leitura e escrita têm oportunizado discussões pertinentes visto que, ainda precisam ser inseridos na formação de professores. A ideia de multiletramento esclarece que as práticas sociais a que os sujeitos ficam expostos nas escolas ou fora delas são as mais variadas, os gêneros textuais que circulam nessas práticas também são diferentes quanto à estrutura, aos objetivos, às expectativas e, consequentemente, quanto à função que realizam. Deste modo, trabalhar leitura e escrita torna-se uma atividade que tem maior sentido quando enfocada nas práticas de letramento da sociedade, pois os alunos passam a se engajar em atividades significativas e diversas das práticas sociais. O interessante é que o aluno aprenda a atuar nas distintas situações sociocomunicativas, não só sabendo ler, mas interagir com seu meio, ou seja, sabendo como ler e produzir os gêneros que realizam essas práticas. Neste sentido, surgem os novos estudos de letramento e multiletramento e com essas, novas concepções, as expectativas dos aprendizes e os conhecimentos trazidos por eles para a sala de aula precisam ser valorizados. Há, portanto, necessidade de mudança frente ao crescente panorama de avanços tecnológicos, responsáveis pelas constantes transformações da sociedade, que têm gerado novas necessidades de aprendizado e que demandam habilidades necessárias para atuação desse docente na atualidade e requer do educador contemporâneo uma postura cada vez mais participativa, reflexiva e exige um novo perfil profissional, um facilitador que seja capaz de atender às demandas dos multiletramentos da sociedade atual. Sendo assim, é relevante uma reflexão acerca dos novos desafios para a formação de professores da educação com foco no conceito de multiletramento. Em vista disso, o presente trabalho tem por objetivo tecer algumas considerações acerca das práticas deste multiletramento pedagógico, das reflexões sobre o papel das aulas e a necessidade de novas práticas e didáticas em uma sociedade globalizada. Para tanto, será necessário que o papel do professor seja de contribuição para um ensino crítico e emancipador.

05. Construções reflexivas na história do latim: uma revisão

QUERIQUELLI, Luiz Henrique — Fri, 08 Dec 2023 00:00:00 -0300

Considerando a importância que construções reflexivas assumiram nas línguas românicas e, em particular, no português, esta pesquisa propõe investigar seus desenvolvimentos prévios em latim. Para isso, toma como ponto de partida o pressuposto de que, já no período clássico, havia uma tendência de substituir o uso medial da passiva sintética pelo reflexivo medial. Com base em revisão bibliográfica e reexame de dados levantados principalmente por Adams (2013), Cennamo (1998) e Kemmer (1993), os resultados indicam que: não se pode afirmar existência daquela tendência, senão que as duas possibilidades eram antigas na língua e a primeira era a norma geral; é possível afirmar, contudo, que a baixa frequência da passiva sintética e a restrição de seu uso a um registro culto podem ter contribuído para sua extinção; existiam três funções distintas do reflexivo em latim (medial, anticausativo e passivo); não há base empírica para afirmar que o sentido da evolução foi se medial > anticausativo > passivo, embora isso seja plausível em termos lógicos; os contextos semânticos tipicamente favoráveis ao reflexivo medial identificados por Kemmer (1993, p. 19) parecem se aplicar ao latim, em especial a categoria de “eventos espontâneos”, na qual se encaixa um uso muito frequente no período clássico: a personificação de coisas.

06. Formação continuada de professores para uso pedagógico das tecnologias digitais de informação e comunicação

CALDAS, Ana Carolina Barreto Pito — Fri, 08 Dec 2023 00:00:00 -0300

As Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação têm trazido diversas transformações na sociedade em geral e no campo educacional não tem sido diferente. Porém, apenas o uso das tecnologias não tem sido suficiente para contribuir no processo de ensino. Um dos motivos para a falta de integração entre tecnologia digital e o uso pedagógico tem sido a pouca preparação dos professores frente aos recursos tecnológicos, visto que os docentes têm carecido de formação continuada para uso das ferramentas digitais como potencial pedagógico na prática de atuação, uma vez que o acesso à informação tem sido facilitado com os meios digitais, tornando-se cada vez mais necessário repensar as metodologias adotadas no contexto educacional, já que a figura do professor como único detentor do conhecimento e do aluno como receptor passivo não deveria existir mais. Diante do exposto, o trabalho tem como objetivo verificar as contribuições das formações continuadas de professores para o uso pedagógico das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação. O percurso metodológico da pesquisa ocorreu com um levantamento de artigos para a revisão sistematizada da literatura de publicações no período de 2019 e 2022, por meio da base de dados Periódicos Capes. Foram selecionados artigos sobre o tema, após os critérios de inclusão e exclusão das produções acadêmicas. Ao encerrar a análise dos trabalhos, pretende-se propor reflexões sobre o contexto das formações docentes para utilização das tecnologias digitais na prática pedagógica.

07. Mais além da relatividade linguística: a representação como (re)imaginação da realidade

MONTES LIMA, Ariel — Fri, 08 Dec 2023 00:00:00 -0300

O presente artigo explora a influência da língua na construção da realidade, analisando a teoria da Relatividade Linguística. Busco explorar as bases dessa teoria, contrastando-a com perspectivas filosóficas e examinando seu impacto na percepção do mundo. A pesquisa, de caráter teórico, se apoia em revisão bibliográfica e envolve autores como Saussure, Schopenhauer e Berkeley. Os resultados indicam que a língua não só reflete, mas também cria a realidade, influenciando a interpretação e a cognição. À conclusão, ressalto a natureza criativa da linguagem na construção do entendimento humano sobre o mundo e levanto questionamentos sobre a existência de uma realidade objetiva.

08. O anúncio publicitário como ferramenta de multiletramentos em sala de aula

ALVES RIBEIRO, Júlio Cesar. BOTELHO, José Mario — Fri, 08 Dec 2023 00:00:00 -0300

Este trabalho tem como objetivo geral fomentar práticas de leitura, que vão além da codificação, que induza o aluno a compreender e a interpretar os sentidos do texto a partir de elementos linguísticos, imagéticos e extralinguísticos. Para isso, pretendemos analisar a linguagem publicitária em ação e sua dinâmica argumentativa para convencer e\ou persuadir, visando desenvolver no aprendiz o letramento crítico e o reconhecimento de elementos enunciativo-discursivos para uma leitura proficiente. Assim, desvencilhando-se do modelo tradicional de ensino da língua portuguesa, em que as palavras e as estruturas linguísticas eram tomadas isoladamente, e não, num contexto, acreditamos num ensino de certos aspectos gramaticais a partir de uma visão pragmática, tendo como escopo textos publicitários.

09. O caminho pela linguagem: emancipação e transformação libertária do ser

SILVA PAZ, Nayra Marinho. GHIRELLO-PIRES, Carla Salati Almeida — Fri, 08 Dec 2023 00:00:00 -0300

A pesquisa em foco objetiva discorrer acerca da constituição do pertencimento de um jovem, JR, com a trissomia do cromossomo 21, a T21, por meio do processo de apropriação da linguagem. Trata-se de um estudo de caso qualitativo, baseado no método materialista histórico dialético, com vistas a oferecer um atendimento para o participante da pesquisa direcionado às suas necessidades linguísticas, o qual oportunize avanços em seu funcionamento de linguagem e tais progressos possibilitem a emancipação do eu, a tomada de decisão, bem como iniciativa no dizer e manifestação das vontades. Afinal, a linguagem configura a mola propulsora para o avanço dos sujeitos, para produzir significações e unir as coletividades na luta pelo pertencimento e pela liberdade. Quanto aos aspectos teóricos norteadores do estudo, assumimos a Neurolinguística Discursiva (ND), a Teoria Histórico Cultutal (THC) e a perspectiva da interseccionalidade. Nesta etapa do estudo, vislumbramos por meio da situação relacional com o outro, transformações significativas na linguagem do sujeito JR, como o desdobramento das sentenças, formação da identidade enquanto um jovem com a T21. Esse passo é o ponto de partida para toda a trajetória de um ser, cuja vivência será cotidianamente uma mudança libertária constituída pela linguagem.

10. MAROUZEAU, Jules. L’ordre des mots en latin

BOTELHO, José Mario — Fri, 08 Dec 2023 00:00:00 -0300

Nesse seu L’ordre des mots en latin (A ordem das palavras em latim), Jules Marouzeau tratou de um assunto muito polêmico – a colocação das palavras no latim –, já que até então se especulava que a ordem das palavras na estrutura latina era livre. Logo, a língua latina era considerada uma língua de ordem livre, mas não se tinha uma teoria que pudesse servir de respaldo para essa concepção.