176. Sentidos de surdez na Idade Antiga

Autores

  • XAVIER, Marcelle Bittencourt (UESB)
  • VENTURA, Adilson (UESB)
  • JESUS, Daniela Ribeiro de (UESB)
  • RÊGO, Érica Costa (UESB)

Resumo

     Objetivamos, neste trabalho, analisar os sentidos de surdez em textos da Idade Antiga. Para as análises, iremos recorrer a uma teoria desenvolvida no Brasil, denominada de Semântica do Acontecimento (SA). Ela se dá nas reflexões e nos estudos de Guimarães (2009; 2018), dialogando com abordagens enunciativas, como as de Ducrote Benventiste. Pela SA, compreendemos que o sentido de uma palavra se constitui no acontecimento do dizer, e, por isso, os sentidos não são fixos. De modo a prosseguir com o proposto, observamos os procedimentos enunciativos de “reescrituração” e “articulação” nos textos recortados; além disso, representamos nos Domínios Semânticos de Determinação (DSD) as relações de sentido que aí se estabeleceram. Como resultados, verificamos que nos textos da Idade Média, que foram selecionados para esta pesquisa, são produzidos sentidos da surdez relacionando-a a duas categorias, a saber: a de humano e a de não humano. Assim, a surdez é associada a uma condição de não-humano, que está abaixo do que é humano, ou seja, humano só seria aquele que não apresentasse qualquer deficiência (física ou mental). Portanto, estes sentidos mais se aproximam de uma visão clínico-patológica da surdez, ao tempo que ela é interpretada como uma “deficiência”, uma “patologia” que diferencia e distancia pessoas “humanas” das “não humanas” pelo critério de um padrão de normalidade que é ditado por aqueles que são oralizados e usam a língua oral.

Palavras-chave:

Sentidos. Surdez. Semântica. Enunciativa do Acontecimento.

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Publicado

29-12-2021

Edição

Seção

Artigos