186. Um estudo filológico-ortográfico em charges de Ângelo Agostini

Autores

  • GRELLA, Haroldo Wilson Zanda (UEMS)
  • GOMES, Nataniel dos Santos (UEMS)

Resumo

     Ângelo Agostini (Vercelli, Itália, 1843–1910) é considerado um dos mais expressivos artistas gráficos que atuaram no Brasil na metade final do século XIX. Agostini chegou ao país com 16 anos e, em 1864, junto a outros nomes de crítica política, criou o semanário Diabo Coxo, com desenhos satíricos sobre o império. O Cabrião foi outra iniciativa, que tratou conflitos brasileiros com humor e acidez.  Em 1867, Agostini mudou-se para o Rio de Janeiro e ali criou Nhô Quim, considerado o primeiro quadrinho brasileiro. Revista Illustrada foi outra empreitada de Agostini, em 1876, com suas charges sobre obras do Salão de Belas Artes e, em Cenas da Escravidão, a crítica forte ao escravagismo e dificuldades vividas pelos negros. A acidez das charges levou a Revista Illustrada à alta aceitação e credibilidade. Em 1889, mudou-se para a França e manteve-se vinculado aos quadrinhos, na revista Dom Quixote e na publicação infantil O Tico-Tico, do universo em quadrinhos. O objetivo deste artigo foi realizar um estudo filológico-ortográfico em charges de Ângelo Agostini, a partir da contextualização do cenário sociopolítico, cultural e econômico da época. A metodologia utilizada foi uma revisão narrativa de literatura, pesquisa bibliográfica, narrativa--descritiva. Os resultados indicaram um papel adjuvante da ortografia nas charges de Agostini, com a finalidade de pontuar o tempero crítico e debater os temas tratados, acentuando o que não estava evidente. A ortografia tinha por fim atribuir a criticidade a quem não tivesse atingido a interpretação e acentuar a terceiridade a quem tivesse assimilado essa informação.

Palavras-chave:

Charges. Ortografia. Crítica Social.

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Publicado

29-12-2021

Edição

Seção

Artigos