13. A materialização de um discurso transgressor do corpo masculino no cenário audiovisual após o movimento ativista #metoo

Resumo

     O movimento ativista #metoo (2017), iniciado por atrizes de Hollywood contra o assédio sexual no trabalho, causou mudanças significativas à indústria cultural. A representação do corpo nu, de todos os gêneros e em cenas de sexo, passou a ter a presença e o cuidado de um novo profissional, o coordenador de intimidade, objetivando conter abusos já existentes na indústria. O presente trabalho parte da hipótese do aludido movimento também ter tensionado a forma pela qual a materialização da nudez masculina se dava até então nos produtos de maior difusão no audiovisual. Entende-se que, ao desafiar também o olhar masculino, o movimento ativista pode ter possibilitado, em detrimento do corpo idealizado, viril e patriarcal, uma manifestação discursive de corpo transgressora, portanto opositiva. Assim, tem-se por objetivo refletir sobre a representação do corpo masculino em frames de produções audiovisuais pós-#metoo, identificando pontos de tensão entre os aludidos discursos pelo aporte teórico prioritário da Análise do Discurso Francesa e Brasileira.