15. A oralidade e a escrita como tema do conto “Vestida de preto”, de Mário de Andrade

Resumo

     O presente trabalho situa-se no âmbito das reflexões sobre os parâmetros teórico-metodológicos fornecidos pela Linguística Textual, levando em consideração a perspectiva dos estudos relativos à oralidade e à escrita nessa área de conhecimento. Esses parâmetros concebem a fala e escrita como duas modalidades, em um continuum, e têm o texto como um evento sociocomunicativo que se realiza em um processo interacional. O trabalho aqui proposto focaliza a oralidade e a escrita como tema do conto “Vestida de preto”, de Mário de Andrade (1993). A visão aqui adotada se preocupa com a análise dos gêneros textuais e seus usos em sociedade com muita sensibilidade para fenômenos cognitivos e processos de textualização na oralidade e na escrita. Sob esse quadro teórico é que buscamos investigar como Mário de Andrade utiliza determinados recursos mais usados na oralidade para produzir sentidos no discurso literário,especificamente no gênero conto. Entendemos, aqui, que o conto é um gênero literário que se caracteriza por seu modo único de narrar os acontecimentos e por sua unidade de ação, ou seja, há apenas um conflito e um só drama. Percebemos que o conto “Vestida de preto” (ANDRADE, 1993) possui uma oralidade viva para a época em que foi escrito e, de acordo com a base teórica apresentada neste trabalho, nos propomos a analisar esse conto com as marcas da oralidade na escrita, recursos recorrentes nas obras de Mário de Andrade.