79. O sentimento do fantástico no conto “Orientação dos gatos”, de Julio Cortázar

Autores

  • MENDONÇA, João Vítor Corrêa Queiróz (UEMS)
  • FURUZATO, Fábio Dobashi (UEMS)

Resumo

     Este trabalho tem por proposta analisar o conto “Orientação dos gatos”, de Julio Cortázar, contido no livro homônimo, publicado no Brasil, em 1981, pela Nova Fronteira. A escolha se dá pelo fato de esse ser um conto de Cortázar muito menos conhecido e analisado do que, por exemplo, os das obras “Bestiário” (1951), “Final de jogo” (1959) e “As armas secretas” (1959), que, segundo o crítico Davi Arrigucci Jr. (2015), são três livros de contos decisivos no projeto do escritor. Além disso, o conto escolhido nos possibilita compreender melhor o “sentimento do fantástico” de que nos fala Cortázar em um de seus ensaios de Valise de cronópio (2006). Nossa análise será feita partindo-se dos conceitos de fantástico já estabelecidos por teóricos como Tzvetan Todorov (2003), Jean-Paul Sartre (2005), Remo Ceserani (2006) e David Roas (2014), além do próprio Cortázar (2006).“Orientação dos gatos” trata basicamente da tentativa de um homem desvendar todas as facetas de sua mulher Alana, cuja existência misteriosa apresenta semelhanças com a do gato Osíris. Na medida em que o narrador protagonista observa sua companheira em contato com a música e com obras artísticas, tais como uma gravura de Rembrandt, a mulher se transforma feito um camaleão, até que parece ter sido absorvida por um quadro. Mas o modo como o relato é construído sugere muito mais do que revela, o que possibilita um amplo leque de diferentes interpretações.

Palavras-chave:

Conto fantástico. Julio Cortázar. “Orientação dos gatos”.

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Publicado

05-01-2023

Edição

Seção

Artigos