05. Construções reflexivas na história do latim: uma revisão

Autores

  • QUERIQUELLI, Luiz Henrique (UFSC)

Resumo

     Considerando a importância que construções reflexivas assumiram nas línguas românicas e, em particular, no português, esta pesquisa propõe investigar seus desenvolvimentos prévios em latim. Para isso, toma como ponto de partida o pressuposto de que, já no período clássico, havia uma tendência de substituir o uso medial da passiva sintética pelo reflexivo medial. Com base em revisão bibliográfica e reexame de dados levantados principalmente por Adams (2013), Cennamo (1998) e Kemmer (1993), os resultados indicam que: não se pode afirmar existência daquela tendência, senão que as duas possibilidades eram antigas na língua e a primeira era a norma geral; é possível afirmar, contudo, que a baixa frequência da passiva sintética e a restrição de seu uso a um registro culto podem ter contribuído para sua extinção; existiam três funções distintas do reflexivo em latim (medial, anticausativo e passivo); não há base empírica para afirmar que o sentido da evolução foi se medial > anticausativo > passivo, embora isso seja plausível em termos lógicos; os contextos semânticos tipicamente favoráveis ao reflexivo medial identificados por Kemmer (1993, p. 19) parecem se aplicar ao latim, em especial a categoria de “eventos espontâneos”, na qual se encaixa um uso muito frequente no período clássico: a personificação de coisas.

Palavras-chave:

Voz média. Voz passiva. Construções reflexivas.

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Publicado

08-12-2023

Edição

Seção

Artigos