08. Considerações acerca da correlação sintática e do Estruturalismo
Resumo
A herança dicotômica de Saussure (1995, p. 95), durante o século XX, foi adotada, em grande medida, na matriz descritiva das unidades gramaticais do português. Ao que tudo indica, essa herança permite um entendimento acerca do percurso teórico adotado pela Nomenclatura Gramatical Brasileira (1959, doravante NGB) na escolha da coordenação e da subordinação, vistas como processos únicos na organização do período composto. Neste trabalho, cotejam-se discursos favoráveis e desfavoráveis à inclusão da correlação sintática como processo válido e potencial na articulação de orações. Além desse cotejo, o trabalho objetiva sinalizar a relevância das gramáticas contemporâneas do português, produzidas a partir dos anos 2000, com a concepção de que a correlação deve constituir uma seção à parte nos estudos da organização do período, o que pontua a contramão da premissa estruturalista de que as unidades da língua devem ser tratadas por meio de oposições. A metodologia de pesquisa empregada centrou-se basicamente no cotejo bibliográfico crítico das visões diversas e por vezes divergentes de gramáticos e linguistas de língua portuguesa acerca do estatuto da correlação sintática.