16. Variações de uso das formas nominais de segunda pessoa no gênero canção em seus estilos sertanejos

Autores

  • SANTOS, Júlio César Ribeiro dos (UFScar
  • SOUSA, Paulo Santiago de (UNESP)
  • PERCEGO, José (UNESP)

Resumo

     Este trabalho apresenta um estudo de caso (YIN, 2001) acerca das escolhas pronominais, atinentes à marcação de segunda pessoa (você/tu), suas formas oblíquas (você/ti; lhe/te) e seus respectivos possessivos (seu/teu) articulados a motivações de cunho sócio-histórico no âmbito do gênero canção em seu estilo sertanejo (SANTOS, 2019) e suas variações, a partir de um corpus constituído por 87 canções representativas dos estilos “raiz”, “romântico” e “universitário” (CAIXETA, 2016; SANTOS, 2019), produzidas entre a década de 1930 e 2019 e animadas por timbres masculinos e femininos. Os dados foram analisados à luz dos estudos da Sociolinguística (BAGNO, 2003; TARALLO, 1994, CALVET, 2002) com amplas contribuições do legado do Círculo de Bakhtin (BAKHTIN, 2003; 2004) e de outras teorias discursivas (TATIT, 1995, 1996; FAIRCLOUGH, 2001). Buscamos correlacionar a aloformia da canção sertaneja no notório gradiente tensivo raiz-universitário, caracterizado por bucolismo, saudade e ressentimento, e as escolhas de registro por parte dos cancionistas (do dialeto caipira à hipercorreção gramatical), mais especificamente no que diz respeito à escolha pronominal referente à segunda pessoa do discurso nas formulações linguísticas. Em termos pontuais, estudo assinala para a maior incidência de “você” e suas formas oblíquas correspondentes segundo a gramática normativa e em consonância, principalmente com os estudos de Lopes e Cavalcante (2011) e Mota (2008) e, ainda, na medida em que o estilo sertanejo do gênero canção passa a figurar por entre os gostos dos grupos dirigentes, o que indica, de algum modo, desassimilação com o dialeto caipira (AMARAL, 1972).

Palavras-chave:

Sociolinguística. Canção sertaneja. Gênero textual/discursivo.

Downloads

Publicado

01-08-2020

Edição

Seção

Artigos