17. Comunidade de prática, indexicalidade e estilo: subsídios teórico-metodológicos para uma pesquisa sociolinguística de terceira onda

Autores

  • Carlos César Borges Nunes de Souza (UNEB)
  • LOPES, Norma da Silva (UNEB)

Resumo

     A sociolinguística pode ter sua história epistemológica dividida em três ondas. A primeira onda corresponde a estudos em que a variação, e o estilo, estão correlacionados principalmente a fatores extralinguísticos, ou seja, a categorias macrossociais como sexo, classe social e escolaridade, a sociolinguística variacionista. Já a segunda onda, ao correlacionar a variação com condicionantes externos à língua, demonstra que aquela é o resultado de aspectos culturais locais unidos às redes de relações dos falantes, essa é conhecida como sociolinguística de cunho etnográfico. Na terceira onda, parte-se do pressuposto teórico de que a variação, especialmente o estilo, está vinculada a aspectos microssociais, como a comunidades de práticas, e a certa agentividade dos falantes na escolha bricolada de estilos (ECKERT, 2012). Para empreendermos pesquisas sociolinguísticas que se enquadrem em qualquer uma das ondas, é necessário conhecermos bem a literatura especializada no assunto e os principais conceitos que sustentam teoricamente cada uma delas. Neste artigo, nosso objetivo é focar na 3ª onda da sociolinguística, estabelecendo uma comparação com as outras ‘ondas’. Pretendemos discutir o conceito de comunidade de prática, estilo e indexicalidade, centrando nas ideias de Eckert (2012) e descrever alguns conceitos que, de acordo com a literatura revisada, caracterizam teoricamente essa vertente dos estudos sociolinguísticos sendo, do ponto de vista epistemológico, o que deve orientar qualquer pesquisa nessa vertente.

Palavras-chave:

Estilo. Indexicalidade. Comunidade de prática.

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Publicado

20-06-2020

Edição

Seção

Artigos