23. Rememoração e narratividade: os contos e encantos dacomunidade tradicional pesqueira de Arraial do Cabo

Autores

  • MANHÃES, Manuela Chagas (CEADCNEC)
  • NASCIMENTO, Giovane do (UENF)

Resumo

     É sabido que nas comunidades tradicionais encontramos um uma relação recíproca entre os membros. Diante desse fato, tais comunidades seriam mais propícias a constituírem a memória social e coletiva e, assim, o sentimento que garante a sua organização social ainda que sofram modificações. Isso é possível por existir a “escuta compartilhada”, na qual há a focalização de elementos comuns, assim como acontecimentos, fatos, que demonstram a relação entre as lembranças e suas representações do passado e sua rememoração. Desse modo, Jӧel Candau (2016, p. 470) afirma que: “uma memória verdadeiramente compartilhada se constrói e reforça deliberadamente por triagens, acréscimos e eliminações feitas sobre as heranças”. Especificamente, no que se refere as comunidades tradicionais pesqueiras de Arraial do Cabo, Simone Moutinho Prado (2002, p. 127) afirma que a palavra tradicional na comunidade de pesca cabista assume o significado de pertencimento a uma identidade que se orgulha do seu passado histórico. Desse modo, é muito comum, no dia a dia, encontrar entre os membros dessa comunidade a constituição de uma memória que traz o orgulho de sua historicidade e suas belezas naturais e dos saberes acumulados no ofício da pesca, assim como suas lembranças, como pode ser demonstrado na análise do conto “Shangri-lá”. Assim sendo, nas suas narrativas, encontramos presentes a memória hábito e memória lembrança articulando o seu modo de vida. Para esses sujeitos sociais, saber nomes, apelidos, saberes e transmitir suas histórias, seus mitos, lendas, valores, tradições seria conjugar o sentido de ser cabista com denominadores comuns recheados de elementos culturais.

Palavras-chave:

Conto. Memórias coletivas. Memórias sociais.

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Publicado

05-05-2020

Edição

Seção

Artigos