37. Da filologia à história cultural: a violência contra a mulher em tempos de reclusão social

Autores

  • JESUS, Manoela Nunes de (UFBA)
  • PEREIRA, Norma Suely da Silva (UFBA)

Resumo

     A Filologia, quando em diálogo com a História cultural, permite ao pesquisador não só a retomada, mas também a descoberta de convenções que, por vezes desprezadas por leituras prévias, pertencem a realidades passadas, como a prática do enclausuramento feminino. No Brasil Colônia, muitas mulheres foram vítimas de agressões físicas e psicológicas mediante sua reclusão, fosse no ambiente familiar ou em conventos, o que se repete atualmente no contexto da pandemia de Covid-19, em que o isolamento social potencializa conflitos que estavam reprimidos, a exemplo da violência doméstica. À vista disso, o objetivo deste trabalho é examinar casos de abusos praticados na clausura feminina, no período colonial, bem como sua influência na permanência de conceitos equivocados sobre a mulher no imaginário coletivo. Para tanto, analisam-se três casos de violência conjugal em três requerimentos produzidos, entre os séculos XVIII e XIX, na Capitania da Bahia e selecionados no Arquivo Histórico Ultramarino, acervo catalogado pelo Projeto Resgate Barão do Rio Branco e disponibilizado online pela Biblioteca Nacional. O presente estudo recorreu a uma abordagem metodológica transdisciplinar que, centrada na atividade filológica (SPINA, 1977) e na História cultural (ALGRANTI, 1993), estabelece uma relação de interdependência com outras ciências, como a Paleografia (PETRUCCI, 2003) e a Diplomática (DURANTI, 2015).

Palavras-chave:

Filologia. Requerimentos coloniais. Violência doméstica.

Downloads

Publicado

02-06-2021

Edição

Seção

Artigos