131. Manifestações do particípio presente no latim e no português contribuição para estudos sobre os espaços de neutralidade na língua portuguesa

Autores

  • RIBEIRO, Márcio Luiz Moitinha (UERJ)
  • NASCIMENTO, Katia (UERJ)

Resumo

     O presente artigo tem por objetivo investigar as manifestações da forma nominal denominada Particípio Presente, no latim clássico e no português atual, com vistas a conhecer como essa forma vem sendo utilizada a serviço das necessidades expressivas dos falantes da língua, buscando contribuir para o debate atual acerca da questão de identidade de gênero, em nossa sociedade, que tem suscitado diferentes teses sobre a possibilidade de criação de uma língua inclusiva, não binária. A partir de 2011, com a eleição, pela primeira vez na história do país, de uma mulher para o cargo de presidente da República, acirraram-se as discussões sobre o binarismo na língua, expresso na denominação dicotômica “presidente/presidenta”, esta última forma para se referir à nova mandatária. A discussão, obviamente, não se iniciou nesse momento histórico: no governo de Juscelino Kubitscheck, a lei federal nº 2.749/1956 já tentava disciplinar a questão orientando os órgãos públicos a usarem as formas femininas, nas referências oficiais a cargos ocupados por mulheres. Conquanto o fato abranja questões sociais e políticas merecedoras de uma análise mais aprofundada que este presente estudo não contempla, é óbvio que a questão linguística permeia essa discussão; afinal, o vocábulo “presidente” provém da forma nominal latina praesidens, praesidentis, em cuja significação para os Romanos está presente a ideia de ação “aquele ou aquela que preside”.

Palavras-chave:

Neutralidade. Particípio presente. Identidade de gênero.

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Publicado

06-01-2020

Edição

Seção

Artigos