02. A insinuação erótica na poética de Laura Erber, em seu livro “Vazados e molambos”

Resumo

     A arte é algo que pode ser reconhecido como expressão e manifestação dos seres humanos. Quando falamos desse interior, não falamos apenas sobre as emoções e os sentimentos, sobre o dito e sobre o não dito, mas também sobre aquilo que fazemos com nossos corpos. Na literatura e na poesia, o “erótico” sempre se fez presente, como, por exemplo, nas obras da poetisa Safo (640 a.C), de Marquês de Sade (1740–1814) e de Anäis Nin (1903–1977). Tal presença, por muitas vezes, é expressa de um modo explícito e, por outras, de modo implícito, sendo esse último feito por meio da insinuação erótica. O presente artigo científico busca analisar a poética da autora carioca Laura Erber, em “Vazados e Molambos”, verificando os fragmentos da insinuação erótica na obra em questão e aprofundando o tratamento dado ao sexo como representativo daquilo que a poeta “quer dizer”. O estudo divide-se em duas partes: a primeira consiste em uma revisão de literatura com o intuito de situar o “gênero” da insinuação erótica nos livros e poemas; já na segunda, será analisada especificamente a questão da insinuação erótica no livro de Erber. Os resultados alcançados revelaram que, de fato, a autora faz uso da insinuação erótica para apresentar o sexo além de sua função reprodutiva: revela-se, nos poemas, a masturbação e as secreções, o encontro entre corpos, a busca pelo prazer ou mesmo a “trégua” entre um casal que pratica o adultério. No entanto, a insinuação erótica em Erber vai muito além do “sexo pelo sexo”, pois se refere aos sentimentos, às emoções e à condição humana como um todo.