07. Modernidade, metaficção e intertextualidade no primeiro romance policial brasileiro: “O mysterio”, de Coelho Neto, Afranio Peixoto, Medeiros e Albuquerque e Viriato Corrêa

Autores

  • LESZCZYNSKI, Taynara (UFPR)
  • SOARES, Isabelle Maria (UFPR)

Resumo

A presente pesquisa objetiva analisar o romance O mysterio, de Coelho Neto, Afranio Peixoto, Medeiros e Albuquerque e Viriato Corrêa, observando como ele dialoga com a modernidade, sobretudo, por meio da ruptura da narrativa policial tradicional, bem como, pela sua escrita satírica que se constrói através da metaficção e da intertextualidade. O mysterio foi publicado primeiramente em folhetim, entre março a maio de 1920 e devido à sua boa recepção foi lançado em um volume único pela editora de Monteiro Lobato. Ele é considerado o primeiro romance policial do Brasil e tem como espaço o Rio de Janeiro da Belle époque, embevecido pelas novas tecnologias. Assim, além da história central do assassinato de um banqueiro e a investigação do caso, a trama apresenta vários outros pontos de interesse, sendo um deles a modernização, que despontava em território nacional naquele momento. Por meio de uma escrita que mistura humor e suspense, nos deparamos com dois principais grupos sociais: o primeiro, formado por aqueles que se adaptam à modernidade e até mesmo deslumbram-se por ela e o segundo, composto por quem a recusa. Com isso, o resgate desse livro também contribui para o entendimento do pensamento de uma época. A fim de compreender melhor essas questões, nos baseamos principalmente nas ideias de Sant’anna (1985), Hutcheon (1984), Waugh (1985), Nitrini (2000), Carvalhal (2002), Samoyault (2008), Kristeva (2012) e Perrone-Moisés (2016), no que condiz à metaficção e intertextualidade; Albuquerque (1979) e Chauvin (2017) a respeito do gênero policial; e Süssekind (1987), Baudelaire (1996) e Velloso (2010) acerca da modernidade.

Palavras-chave:

Metaficção. Literatura brasileira. Romance policial.

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Publicado

05-12-2021

Edição

Seção

Artigos