30. A pedagogia das heranças: uma contribuição do feminismo negro para a construção de práticas contra-hegemônicas na educação

Resumo

     Neste artigo propomos um diálogo entre os estudos sobre a formação do sujeito e as funções sociais da linguagem com base na teoria marxiana e marxistas e algumas importantes teorias sociológicas formuladas pelas feministas negras norte-americanas a partir do conceito de Interseccionalidade das relações sociais. Assim propomos uma revisão bibliográfica que busca subsidiar um pensamento que se desloca de uma ideia de sujeito objetificado para uma especificação de sujeito protagonista de sua própria história. Para tanto, cabe ressaltar as formas com que as vivências e experiências coletivas consolidam uma ideia de sujeito protagonista, e que este processo tem como ponto de partida a infância. A criança como sujeito vive, experimenta, cria e consolida sua visão de mundo a partir do presente e de suas relações ancestrais. Para tanto, optamos por trazer no bojo desta discussão como sujeitos em destaque as crianças negras empobrecidas. Este artigo desvela as formas dialéticas de linguagens com que estas crianças convivem dês de a infância, bem como a necessidade de formular novas teorias que deem conta não somente de analisar as expressões das desigualdades sociais presentes na sociedade brasileira, mas que abram caminhos para se pensar novas possibilidades de enfrentamento de tais condições. É neste sentido que apresentamos neste artigo os primeiros apontamentos sobre o conceito da Pedagogia das Heranças e as formas, funções e processos desse tipo de linguagem contra-hegemônica.