22. A insulação dos estudos de linguagem às contribuições comportamentais

Autores

  • MOTA, Paulo Vitor Rosa (UFMS)

Resumo

     Propõe-se neste exercício de revisão teórica a hipótese de que os estudos de linguagens, e especialmente os materiais basilares utilizados nos cursos de Linguagens, permanecem insulados às contribuições de teorias behavioristas funcionalistas sobre comportamento verbal, em especial às discussões teórico-especulativas iniciadas por Skinner em seu livro Verbal Behavior (1957) e avançadas teórica e experimentalmente por pesquisadores da Análise do Comportamento nos anos seguintes. A explicação sugerida para este fenômeno é a ampla disseminação de ideias e argumentos cognitivistas na área de estudos linguísticos, principalmente quando consoantes à resenha de Noam Chomsky (1959). A resenha é tomada por alguns cognitivistas como refutação final à Análise do Comportamento Verbal como proposta funcional de estudo da linguagem – e por extensão à filosofia do Behaviorismo por inteiro. Analisando os argumentos incluídos na resenha de Chomsky; as réplicas de behavioristas à resenha; e as investigações em Filosofia da Ciência, propõe-se enxergar a chamada “revolução cognitivista” como um construto retórico à guisa de revolução – não obstante sua influência. Consequentemente, visa-se recuperar contribuições importantes da Análise do Comportamento para os estudos da linguagem e suas aplicações práticas, bem como indicar intersecções importantes das duas áreas de conhecimento, em especial, investigações em Pragmática e Filosofia da Linguagem.

Palavras-chave:

Behaviorismo. Linguagem. Comportamento verbal.

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Publicado

06-01-2020

Edição

Seção

Artigos