63. Constituição de sentidos de mulher negra pelo modo de vestir-se e (com)portar-se na sociedade brasileira seiscentista e setecentista

Autores

  • SOUZA, Graciethe da Silva de (UESB)
  • FERRAZ, Liliana de Almeida Nascimento (UESB)
  • SANTOS, Jorge Viana (UESB)

Resumo

     A colonização portuguesa, no início do século XVI, obrigou homens, mulheres e crianças negros a se deslocarem da África para as terras em processo de colonização, mais tarde chamadas Brasil. Os africanos abandonaram – por imposição – suas línguas, seus valores, costumes e religiões. Durante o período que se estabeleceu, a escravidão moldou a vida cotidiana no Brasil, bem como os modos de viver e de pensar, as relações de poder, principalmente no que diz respeito ao domínio, exercido pelos senhores, e à obediência, exercida pelos escravizados (FRAGA, 2018). Nota-se, nesse contexto, que a mulher escravizada, portanto negra, constituía-se um importante sustentáculo de tal sistema. Entretanto, os estudos sobre escravidão não fazem uma distinção de gênero em suas abordagens (MACHADO, 2018): a categoria mulher escrava/mulher negra, enquanto objeto de estudo, quase não aparece na historiografia tradicional. À vista disso, neste trabalho, objetiva-se analisar, enunciativamente, a constituição de sentidos de mulher escrava/mulher negra no que diz respeito à maneira como deveriam se vestir e se (com)portar no Brasil seiscentista e setecentista. Para tanto, selecionamos como corpus, três Cartas Régias, datadas, respectivamente de, 1696, 1703 e 1709. Para alcançar o objetivo proposto, mobilizamos como aporte teórico-metodológico a Semântica do Acontecimento (GUIMARÃES, 2002; 2011; 2018), sobretudo, os mecanismos de reescrituração e articulação e os conceitos de temporalidade e político.

Palavras-chave:

Escravidão. Gênero. Raça/cor.

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Publicado

29-12-2021

Edição

Seção

Artigos