124. Metáforas conceptuais na gestão local da pandemia: uma análise dos pronunciamentos oficiais do estado do Espírito Santos
Palavras-chave:
Pandemia, Discurso político, Metáforas conceptuais bélicas.Resumo
Esta pesquisa investiga as metáforas conceptuais bélicas empregadas nos discursos de pronunciamentos do governador do estado do Espírito Santo Renato Casagrande (PSB). Trata-se de um recorte de pesquisa piloto composto por um corpus de 32 pronunciamentos produzidos no período de março a outubro de 2020. A fundamentação teórica para o estudo da semântica cognitiva e da análise crítica da metáfora constitui-se pelos postulados de Lakoff e Johnson (1980–2002), Charteris-Black (2004; 2005), Solange Vereza (2012; 2013; 2016; 2020; 2021) e Carvalho (2006). Pelas contribuições da análise do discurso, serão considerados os postulados de Patrick Charaudeau (2006; 2016; 2008). Como principais resultados de investigação, destacou-se a recorrência dos verbos enfrentar e ameaçar para a metáfora CORONAVÍRUS É INIMIGO. Outrossim, o verbo avançar e a expressão “dar passos” foram produtivos para a metáfora PANDEMIA É AMBIENTE DE GUERRA. Chegou-se à conclusão de que tais enquadramentos bélicos viabilizam a concepção do cenário de salvação que é construído na sequência dos discursos. Assim, metáforas e cenários são estruturados e evidenciados pela linguagem como recursos persuasivos a fim de se legitimar decisões tomadas e ações executadas na gestão local da Pandemia.