02. A memória da glória de Portugal registrada em “Os Lusíadas” como recurso político-ideológico para a legitimação da primeira república portuguesa: aspectos estético-literários na construção da identidade

Autores

  • AMARO, Luiz Eduardo Rodrigues (UFRR)

Resumo

     O escritor Luís Vaz de Camões utilizou alguns arquétipos em seu pensamento, como o Mar e o Messianismo, a questão do povo guerreiro cuja missão era levar a outras terras a fé e o império, o nacionalismo expansionista, exaltando os fatos bélicos e históricos nos registros literários épicos que se fixaram como a imagem hipertrofiada na identidade coletiva portuguesa: a busca incessante de um passado irrecuperável, perdido nos áureos tempos pretéritos, como ensinou Eduardo Lourenço em Psicanálise mítica do destino português. A ideia orienta-se a partir da premissa de que “Os Lusíadas” (1572) são o maior construtor da arquitetura mitogênica e poética da nacionalidade portuguesa e, por conseguinte, aglutinador da identidade coletiva dos portugueses. Encontramos aspectos do patriotismo enraizados na obra, a própria dedicatória a D. Sebastião e a influência do pensamento de Camões, que resgata a história de Portugal para entendemos a reconstrução identitária proposta pela Renascença Portuguesa Portuense e o uso ideológico de Camões pelos republicanos com fins notadamente políticos. Demonstramos, pelos registros imagético-textuais de revistas portuguesas da época do Tricentenário de Camões e da Análise do Discurso, os processos discursivos e históricos utilizados para atingirem seus objetivos políticos e instaurarem a primeira república portuguesa em 1910.

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Publicado

10-07-2023

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Artigos