05. Análise das repetições na linguagem de um sujeito com doença de Alzheimer: há algo de novo?

Autores

  • BARBOSA, Milena Cordeiro (UESB )
  • SOUZA, Mikaela da Silva (UESB)
  • SAMPAIO, Nirvana Ferraz Santos (UESB)

Resumo

     As repetições são definidas como segmentos discursivos idênticos ou semelhantes produzidos duas ou mais vezes em uma mesma situação enunciativa-discursiva. Parte-se do pressuposto de que repetir elementos linguísticos não equivale a repetir o mesmo conteúdo e que, no contexto da língua falada, as repetições assumem a função de organização discursiva e coerência textual. Assim, questionou-se o que há de novo nas repetições produzidas por idosos com Doença de Alzheimer (DA)? Objetivou-se analisar os aspectos funcionais assumidos pela repetição na oralidade de um sujeito com DA, bem como os sentidos evocados no discurso. Para tanto, foi analisado um dado produzido sob a ótica de dado-achado decorrente de um acompanhamento longitudinal em curso. Foram utilizados conceitos da perspectiva textual-interativa e definições propostas pela psicanálise lacaniana que coadunam com o escopo teórico da Neurolinguística Discursiva. Os resultados apontaram que as repetições mais recorrentes assumem as funções de coesão textual, compreensão e interatividade, de modo que as hetero-repetições contribuíram para a construção colaborativa do texto. Assim, observou-se a importância do outro na sustentação do sujeito em seu próprio discurso. Concluiu-se que as repetições na linguagem do sujeito com DA expressam o novo tanto no âmbito textual, quanto no discursivo.

Palavras-chave:

Linguagem. Repetição. Doença de Alzheimer.

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Publicado

10-07-2023

Edição

Seção

Artigos