254. Um estudo sobre a polaridade negativa de indefinidos na língua portuguesa em perspectiva diacrônica

Autores

  • SILVA, Fernanda Gusmão (UESB)
  • NAMIUTI, Cristiane (UESB)

Resumo

     Ao analisar os indefinidos negativos, ou n-words, no romance antigo, Martins (2005) descreve que eles coocorriam com o marcador de negação sentencial independentemente da sua posição em relação ao verbo. Segundo a autora, a obrigatoriedade de coocorrência do indefinido com a negação para valorar a polaridade negativa do indefinido perdurou até meados do século XVI. Esta pesquisa tem como propósito trazer elementos para contribuir na discussão em torno dos indefinidos [algum] e [nenhum]. Para tanto, descreveu-se as ocorrências dos indefinidos em 76 textos que compõem o corpus anotado do português histórico Tycho Brahe e textos do corpus de Documentos Oitocentistas de Vitória da Conquista e Região (Corpus DOViC) verificando se: i. As estruturas [N + algum/a], [Nenhum/a + N] ou [N+ nenhum/a] podem ocorrer com valor negativo fora do escopo da negação, e ii. A ordem do sintagma com estruturas contendo [N+algum/a] e [Nenhum/a+N] ou [N+nenhum/a] ocorrem sempre com sentido negativo. Como resultado, coletamos 3.075 dados, nos quais verificamos que o indefinido ‘Nenhum’ foi atestado sem a coocorrência do marcador de negação ‘não’ em textos do século XVII, mas as ocorrências do indefinido algum em posição pós-nominal com valor negativo tiveram necessariamente a presença de outra palavra negativa, ou seja, a negação sentencial “não”, a preposição negativa “sem”, ou ainda a conjunção negativa “nem”.

Palavras-chave:

Indefinido. Negação. Polaridade.

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Publicado

29-12-2020

Edição

Seção

Artigos