196. Os sete trovões em reino do amanhã, de Mark Waid e Alex Ross: o signo simbólico na batalha épica entre Superman e Shazam
Resumo
A obra Reino do Amanhã (Kingdom Come, 1996) de Mark Waid (roteiro) e Alex Ross (arte), marcou uma fase relevante na cronologia de publicação dos quadrinhos, na chamada Era Moderna. Considerada um clássico pelos desenvolvimentos ligados à construção identitária dos super-heróis, essa obra suscita um amplo repertório de análise. Para este artigo, tomamos como corpus de estudo o momento ápice da trama, no qual tem lugar um dos duelos mais famosos dos quadrinhos: a luta épica entre Superman e Shazam, que mobiliza significados de origem mítico-religiosa. A investigação observa as características dos personagens e dos elementos da narrativa nessa cena, com o objetivo de analisar os signos, à luz da semiótica geral de Peirce (2017 [1977]), particularmente a mobilização de significados simbólicos, vinculados às crenças mítico-religiosas dos leitores, oriunda de relações intersemióticas entre a narrativa da graphic novel e a do texto bíblico, nas quais poderá estar implicada uma concepção messiânica desses dois personagens da DC Comics.