152. Literatura infantil: J. Saramago, J. Borges, o lagarto e o devir-criança

Autores

  • OLIVEIRA, Luiz Roberto Peel Furtado de (UFT)

Resumo

     A experimentação da imagem na literatura infantil, por meio da filosofia aberrante de Gilles Deleuze, instiga o autor, o leitor e o escrileitor, no caso da ciberliteratura, a atravessarem e a fugirem dos clichês; estimulando-os na direção de criações e de leituras transdutivas, por meio de capturas e de agenciamentos metaestáveis – cheios de energia. Na obra “O Lagarto”, José Saramago e J. Borges alcançam o devir-criança ou o flanar nômade da vivência criativa da imagem-devir. De fato, na profusão das imagens, tanto verbais quanto não verbais, da obra, não estamos perante a criação de novos indivíduos, mas antes perante o encontro entre imagens, ou seres, que continuam a diferenciar-se durante a narrativa, ou durante o devir, sem a possibilidade de síntese, sem compreensão hermenêutica fechada. Daí, o lagarto, ora verde, ora vermelho, ora preto, ser constituído como um sistema tenso, sobressaturado por cima do nível da unidade, no qual o excesso se apresenta como desejo e como beleza – como metamorfose-criança. Dessa forma, o agenciamento linguístico técnico se adiciona aos agenciamentos imagéticos visuais numa disjunção inclusiva em que fluxos de afetos, de cores, de linhas se compõem na direção do devir-criança, criando sentidos, valorizando a diferença e permitindo que a imagem-tempo ocorra num emaranhado de platôs, sem o domínio do tempo empírico e sem encadeamentos puramente racionais, ao menos na conjunção do visual com o verbal. Trata-se de pesquisa cartográfica que conjuga investigação bibliográfica, documental e criativa, objetivando a produção de leituras e de criações de obras dirigidas ao público infantil.

Palavras-chave:

Devir-Criança. Filosofia aberrante. Literatura Infantil.

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Publicado

29-12-2020

Edição

Seção

Artigos