115. Entre o eco do beco e a imensidão do horizonte: uma comparação entre “Poema do beco”, de Manuel Bandeira, e “Beco”, de Sony Ferseck

Autores

  • ANDRADE, Mariana Alcantara Vilarinho de (UERR)

Resumo

     Este trabalho tem por objetivo explanar sobre a literatura como poder imaterial veiculador de cultura, e demonstrar em que medida ela é capaz de desconstruir processos de exclusão entre setores periféricos e setores centrais, tendo como enfoque o diálogo de duas obras líricas: Poema do Beco, do autor Manuel Bandeira, e Beco, de Sony Ferseck – ambos autores brasileiros, porém aquele teve sua obra mais difundida e esta ainda nem tanto. Desta forma, será discutida a metodologia dialógica entre os referidos poemas, bem como de que modo uma obra faz alusão a outra e como as marcações ideológicas de ambas se entrecruzam, ao passo que também se opõem. Para tanto, tomamos por escopo teórico: a literatura em sentido estrito, por Compagnon (1999); as funções da literatura, ditas por Umberto Eco (2003); a literatura como forma de conhecimento, discutida por Antônio Cândido (1991), as considerações de José Luiz dos Santos sobre como avaliar cada cultura (1996); as orientações dialógicas, feitas por Mikhail Bakhtin (1988); entre outros. Percebe-se, portanto, que o poema de Ferseck, o qual é tomado como literatura periférica, evoca o texto de Bandeira acerca da ligação, mas também do distanciamento, entre o beco (periferia excluída) e o horizonte (meio central, universal) promovendo ressignificações sobre a impressão de limites do beco – equivalente à minoria subalternizada – diante do horizonte – análogo à maioria hierarquicamente favorecida no texto evocado.

Palavras-chave:

Beco. Diálogo. Minoria.

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Publicado

29-12-2020

Edição

Seção

Artigos