46. A representação social da mulher na cozinha do Masterchef Brasil
Resumo
O presente artigo tem como principal objetivo analisar a (des)naturalização da representação social da mulher na cozinha do MasterChef Brasil Profissionais (2016). Primeiramente, uma pesquisa de cunho bibliográfico foi realizada com o intuito de tecer a trama teórica que subjaz a pesquisa. O poder simbólico, que reside nas relações dos sistemas simbólicos e se consolida mediante o poder das palavras, caracteriza a cozinha como um espaço cultural e discursivo de lutas entre a dominação/subversão. Através da naturalização do habitus, as posições sociais de homens e mulheres na cozinha são estereotipadas em que a estas são relegadas o espaço subalterno na gastronomia ou o espaço privado da culinária e àqueles, o lugar de prestígio e reconhecimento. É preciso entender como a culinária e gastronomia foram se distinguindo cultural e socialmente e, consequentemente, estereotipando as representações sociais em seu interior. Após conceituar o programa de competição culinária MasterChef como um talent show fragmentos do corpus (MasterChef Brasil Profissionais, 2016) foram analisados por meio de uma análise qualitativa de conteúdos. A partir dessa análise pode-se identificar a postura sexista dos participantes ao longo da temporada e perceber que tal postura é reflexo da historicidade e da própria concepção dos moldes da cozinha profissional.